Lélia Gonzalez, 90 anos

Debates, shows, exposição e promoção especial para celebrar a grande pensadora brasileira!

Lélia Gonzalez completaria 90 anos em 2025. Uma das principais intelectuais do Brasil, ela foi pioneira na articulação das relações entre raça, classe e gênero no país. Com trajetória marcada pela intensa atividade acadêmica, política e cultural, foi professora universitária, fundadora de organizações do movimento negro e atuante na formulação de políticas públicas antirracistas e feministas. Seu pensamento atravessa gerações e permanece essencial para compreender a construção da identidade negra no Brasil e a luta contra o racismo estrutural.

Para celebrar o legado dessa grande pensadora, ativista e intelectual brasileira, a Boitempo se une a instituições parceiras em uma programação especial. Confira abaixo a agenda de atividades marcados em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro!



Idealizada pela Boitempo em parceria com o Sesc São Paulo, a exposição “Lélia em nós: festas populares e amefricanidades” entra em suas duas últimas semanas.

A exposição, que se encerra em 9 de fevereiro, foi inspirada no livro Festas populares no Brasil, publicado pela editora em 2024. A aguardada edição está disponível em formato capa dura e brochura. É o único livro que Lélia Gonzalez publicou em vida exclusivamente como autora. Premiada internacionalmente, a obra foi publicada originalmente em 1987 em tiragem restrita encomendada por uma empresa para presentear seus funcionários, e nunca tinha sido lançada no mercado livreiro até aqui.

Com curadoria de Glaucea Britto e Raquel Barreto, a mostra celebra o legado intelectual de Lélia e reflete sobre as festividades populares com pinturas, fotografias e instalações de Walter Firmo, Adenor Gondim, Heitor dos Prazeres, Nelson Sargento, Raquel Trindade, Maria Auxiliadora e Alberto Pitta. O espaço também apresenta 12 trabalhos inéditos de artistas contemporâneos como Coletivo Lentes Malungas, Eneida Sanches, Lidia Lisboa, Lita Cerqueira, Manuela Navas, Maurício Pazz, Rafael Galante e Rainha Favelada.

Para comemorar os 90 anos de Lélia e encerrar a exposição, o Sesc Vila Mariana promove nas próximas semanas uma série de atividades culturais para todas as idades, mobilizando debates, contações de história, oficinas, apresentações musicais do boco Ilú Obá de Min, shows de Lia de Itamaracá, discotegagem da DJ Miria Alves e lavagem com flores e perfumes com o Bloco Zumbiido.



Quando esteve no Brasil em 2019, Angela Davis provocou sua audiência ao recomendar enfaticamente a leitura da obra de Lélia Gonzalez, reforçando a importância da autora para o pensamento feminista negro. “Eu aprendo mais com Lélia Gonzalez do que vocês comigo”, disse ela na ocasião. Para celebrar essas duas intelectuais e ativistas, todas as obras de Angela Davis e Lélia Gonzalez publicadas pela Boitempo estão com até 30% de desconto até o dia 9 de fevereiro!

Além dos descontos e brindes exclusivos, disponibilizamos gratuitamente o livreto digital Feminizando a raça e enegrecendo o gênero: Angela Davis e Lélia Gonzalez, escrito por Raquel Barreto:


Festas populares no Brasil, de Lélia Gonzalez
Escrita em 1987, a obra apresenta registros fotográficos de festas populares do Brasil de norte a sul com textos informativos que apresentam as marcas da herança africana na cultura brasileira, a integração entre o profano e o sagrado e a reinvenção das tradições religiosas na formação do imaginário cultural brasileiro. Há muito sem edição, o livro apenas aparentemente se distancia do conjunto da produção intelectual de Lélia, marcada pela reflexão política sobre a realidade nacional e pelo debate teórico pioneiro a respeito das intersecções entre raça, classe e gênero. Afinal, o que aqui se revela é uma intérprete do Brasil que definiu a cultura enquanto um de seus temas centrais. Nas palavras da própria autora, “se a gente detém o olhar em determinados aspectos da chamada cultura brasileira a gente saca que em suas manifestações mais ou menos conscientes ela oculta, revelando, as marcas da africanidade que a constituem.”

Disponível também em edição capa dura.


Mulheres, raça e classe, de Angela Davis
Profundamente analítico, traça as interseções de raça, classe e gênero na luta contra opressões. A autora desafia visões simplistas, expondo a centralidade das mulheres negras. Sua crítica à esquerda ortodoxa e reflexões sobre representatividade são atuais.

Mulheres, cultura e política, de Angela Davis
A voz incisiva da renomada ativista em uma compilação de discursos e artigos sobre desigualdade racial, condições das mulheres e lutas sociais. Abordando temas internacionais, revela o impacto global da política norte-americana. Reflexões sobre resistência, arte e a construção de um mundo mais justo.

A liberdade é uma luta constante, de Angela Davis
Reunião de artigos, discursos e entrevistas, fazendo uma conexão das lutas históricas do movimento negro e do feminismo negro com os movimentos contemporâneos pelo abolicionismo prisional e a luta anticolonial. Um chamado à resistência coletiva em um mundo que clama por justiça e igualdade.

Uma autobiografia, de Angela Davis
Relato emocionante de uma vida dedicada à luta por justiça e igualdade. Ícone dos movimentos negros e feministas, a autora compartilha sua história marcante, revelando as injustiças que enfrentou e as raízes profundas de sua resistência. Sua narrativa é uma fonte inspiradora de força e determinação.

Democracia para quem?, de Angela Davis, Patricia Hill Collins e Silvia Federici
O livro reúne as palestras proferidas de 15 a 19 de outubro de 2019, pelas três intelectuais feministas no âmbito do seminário internacional “Democracia em Colapso?”, promovido pelo Sesc São Paulo e pela Boitempo. No livro, é possível tomar contato com reflexões feitas pelas autoras — referências globais em suas áreas de estudo e de atuação — sobre temas como capitalismo, racismo, desigualdade social, ecologia, entre outros.

O sentido da liberdade, de Angela Davis
Análise das interseções entre neoliberalismo, racismo, opressões de gênero e classe nos EUA. Palestras entre 1994 e 2009 desmistificam a ideia de uma liberdade concedida e destaca a luta contínua por direitos em um contexto global de discriminação e opressão.


O pensamento de Angela Davis e Lélia González, com Raquel Barreto


O livro Festas populares no Brasil e a exposição “Lélia em nós: festas populares e amefricanidades” foram destaque em diversos veículos de mídia. Confira!

  • Ilustríssima Conversa: “Lélia Gonzalez captou resistência de negros em festas populares“, diz Raquel Barreto
  • Folha de S.Paulo: Mostra sobre Lélia Gonzalez vê negros e indígenas como centro da cultura nacional
  • CartaCapital: Uma forma de arte: A pesquisa de Lélia Gonzalez em torno das festas brasileiras ganha nova vida e novas interpretações em um livro e uma exposição
  • Agência Brasil: Exposição e livro lembram os 30 anos da morte de Lélia Gonzalez
  • Veja São Paulo: Lélia Gonzalez é homenageada em exposição no Sesc Vila Mariana 
  • Opera Mundi: Exposição em São Paulo homenageia a intelectual e ativista brasileira Lélia Gonzalez
  • Marie Claire: Lélia Gonzalez: exposição celebra legado e produção intelectual da autora pioneira em estudos antirracistas no Brasil


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