Emir Sader / "O Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales completa três anos de um novo mandato sofrendo um processo de enormes retrocessos. Despareceu da esfera pública, tanto política quanto intelectual, justamente quando seu engajamento se mostrou mais necessário. Ao mesmo tempo, aboliu ou reduzir enormemente a importância de iniciativas que promoviam a imagem do pensamento crítico, seus autores clássicos, os debates mais importantes. É triste: justamente quando o continente mais necessita do seu pensamento crítico, Clacso retrocedeu, deixou de convocar os grandes debates, seus dirigentes ficaram no anonimato.
É como se Clacso tivesse passado pelo mesmo processo de esvaziamento dos Fóruns Sociais Mundias, que hoje praticamente só existem quando se realizam os Fóruns, a cada dois ou três anos. Clacso agora é assim: só aparece a cada três anos, quando realiza sua Assembleia Geral, depois volta para seu triste anonimato. Clacso necessitaria ter na sua direção alguém que estivesse presente, diariamente, em todas as lutas de ideias, as lutas sociais e culturais, do continente.
Afinal, o que aconteceu com Clacso nestes últimos três anos, que só aparece na hora da Assembleia Geral? A própria questão deveria ser tema de debate público, porque Clacso já teve um papel público importante até o passado recente, é uma perda que tenha deixado de exercer esse papel.
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