Autor: Henrique Tahan Novaes
Prefácio: John Bellamy Foster
Orelha: Gilmar Mauro
Quarta capa: Maurício Sardá de Faria e Fabiana Scoleso
Capa: Maikon Nery
A educação ambiental anticapitalista: produção destrutiva, trabalho associativo e agroecologia, nova obra do educador Henrique Tahan Novaes, apresenta as ideias mais importantes sobre agroecologia, produção associada, ecossocialismo e pedagogia socialista no Brasil e no mundo, juntamente com práticas de movimentos sociais, enfatizando o trabalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.
Com uma visão abrangente, Novaes explora diferentes práticas ecorrevolucionárias, aborda os cercamentos de terra ocorridos ao longo do século XX e XXI, traz como referência autores importantes como Karl Marx e István Mészáros e entrelaça a importância da educação agroecológica em um processo de transformação da sociedade: “A síntese resultante é única em sua fundamentação na luta pela própria terra, combinada com uma visão ampla da mudança ecológica e social revolucionária”, escreve John Bellamy Foster no prefácio da obra.
“A partir dos ensinamentos de István Mészáros, temos tentado teorizar uma alternativa radical e abrangente, para além do capital, baseada na democracia dos conselhos e na educação revolucionária, que ele chama de ‘educação para além do capital’. Essa teoria emerge de experiências históricas clássicas e mais recentes, como parte da compreensão do mundo do trabalho associado e das experiências educativas dos movimentos sociais recentes e históricos: suas conquistas, contradições e limites, tendo em vista a construção de uma sociedade dos produtores livremente associados”, aponta Novaes.
“A ‘industrialização da agricultura’ (Karl Marx) no século XX, além de criar um vasto negócio para o capital financeiro, coloca o Estado a serviço da criação das condições gerais de produção e reprodução do agronegócio, dá origem a um grande mercado de agrotóxicos, adubos sintéticos, tratores, implementos agrícolas e sementes transgênicas, bases da revolução verde e da monocultura de exportação de commodities em grandes propriedades. Além disso, subordina os camponeses, que são tragados pelo canto da sereia da revolução verde e acabam endividados, trabalhando para o banco. Por sua vez, o domínio quase absoluto do campo pelo grande capital impossibilita ou dificulta a manutenção ou florescimento de alternativas anticapitalistas no campo e certamente também na cidade. Quando estas tentam se autonomizar, logo são obrigadas a se adaptar ao sociometabolismo do capital, caindo em algo próximo àquilo que Antonio Gramsci conceituou como ‘transformismo’.
Henrique Tahan Novaes é docente da Unesp, no campus de Marília. Foi coordenador da pós-graduação em educação de 2022 a 2024. Autor dos livros Mundo do trabalho associado e embriões de educação para além do capital (Lutas Anticapital, 2018), O fetiche da tecnologia – a experiência das fábricas recuperadas (Expressão Popular, 2007) e Reatando um fio interrompido – a relação universidade movimentos sociais na América Latina (Expressão Popular, 2012), que foram também publicados em inglês, espanhol e italiano.
Na TV Boitempo, Kohei Saito nos apresenta o que é Ecossocialismo.