Product main image - 79cd525b-ccef-4f49-a96d-091b5fa06490
image_fe0adc0c-193f-4bfd-987d-e0f18b5947de
Cidades sitiadas
Autoria de Stephen Graham
Analisando o "novo urbanismo militar", esta verdadeira enciclopédia revela a militarização das cidades no século XXI. Com dados alarmantes sobre o crescimento das indústrias militares, aborda a corrosão da esfera pública e a transformação das forças armadas em "contrainsurgência".
Disponível também em

R$ 97,00

R$ 97,00 no PIX

Produto esgotado

Preencha os campos para ser avisado assim que o produto voltar ao estoque!


Calcule o frete e prazo de entrega

Disponível também em
A pior política é atacar cidades. Sitie uma cidade apenas como último recurso.” Esta advertência, registrada há mais de 2.500 anos no clássico A arte da guerra do filósofo chinês Sun Tzu, descreve a tendência dominante que pensamento e as práticas militares estão desenvolvendo hoje. Pela primeira vez em seus 150 mil anos de história, a humanidade se torna no início deste século uma espécie predominantemente urbana. Neste contexto, as principais cabeças das forças militares e securitárias do mundo hoje passaram a conceber nossas cidades como verdadeiras zonas de conflito, permanentemente espreitadas por ameaças ocultas.

Cidades sitiadas é uma enciclopédia do presente e do futuro da guerra no século XXI. Ele revela a quantidade assombrosa de estruturas militares e corporativas ocultas por trás da vida cotidiana nas nossas grandes cidades. Articulando um farto material de pesquisas originais, o geógrafo urbano Stephen Graham da Universidade de Newcastle apresenta uma ambiciosa teoria do “novo urbanismo militar” à altura da mudança paradigmática em curso. Atualizando o conceito foucaultiano de “efeito bumerangue”, ele analisa o processo através do qual as cidades do ocidente estão implementando em suas fronteiras sociais internas, experiências e tecnologias militares de controle importadas diretamente de territórios ocupados no exterior, como a faixa de Gaza e o Haiti.

A nova doutrina de segurança que ora emerge ofusca dramaticamente as antigas separações entre guerra e paz, normalidade e exceção. Com a crescente militarização da polícia e a crescente “policialização” das forças militares, os exércitos de hoje se vertem em forças altamente inteligentes de “contrainsurgência”, e os cidadãos comuns se tornam, em massa, alvos que precisam ser continuamente rastreados e controlados. A totalidade da paisagem, da infraestrutura e dos espaços mais banais da vida cotidiana nas cidades precisam ser colonizados por sistemas militarizados de rastreamento, triagem e controle. No novo urbanismo militar, “a guerra está sendo urbanizada”. Mais do que ser o novo lugar da guerra, o espaço urbano se tornou ele próprio instrumento ativo nesta guerra.

Graham não hesita em apontar no sequestro da prática e do planejamento urbano por ideias militarizadas de “segurança” a corrosão da esfera pública. Se já nos acostumamos com o léxico da “guerra às drogas” e da “pacificação” é porque cada vez mais é a linguagem da guerra que permeia a política metropolitana. Neste cenário alarmante, deslocamentos migracionais passam a ser concebidos como verdadeiros atos bélicos, manifestantes são passíveis de serem enquadrados como terroristas, o medo de elementos anti-sociais é constantemente mobilizado por autoridades para pacificar protestos e novos mecanismos jurídicos são mobilizados para suspender a lei civil. Quando a gestão da polis passa a ser pensada em termos militares, não há mais lugar para a democracia.

A pedra de toque da teoria de Graham é sua análise da economia política do novo urbanismo militar. E aqui, as cifras são completamente alucinantes: em meio a um cenário de crise econômica global, as indústrias de tecnologia e inteligência militar vêm despontando em taxas de crescimento que variam de 5 a 12% ao ano. Em um mundo crescentemente marcado por desigualdades sociais abissais, a implementação de novas tecnologias militares passa a ser comprada e vendida como solução mágica para “resolver” nossos problemas sociais.

Entender a dimensão e a natureza do projeto político por trás do novo urbanismo militar, e o fetichismo que lhe é próprio, é o primeiro passo para resistir a ele. Mais do que uma obra de referência para entender a cartografia da guerra e do pensamento urbano no século XXI, Cidades sitiadas é leitura incontornável para desenharmos novas e urgentes formas de resistência.
 
Autoria de Stephen Graham
Tradução de Alyne Azuma
Texto de orelha de
Apresentação de Marcelo Lopes De Souza
Texto de quarta capa de David Harvey, Mike Davis, Raquel Rolnik
Título original: Cities under siege: the new military urbanism
Coleção: Estado de sítio
Número de páginas: 512
Dimensões: 21 x 14 x 3 cm
Peso: 722 g
ISBN: 9788575594995
Encadernação: Brochura
Ano de publicação: 2016

SubTítulo 295891

o novo urbanismo militar