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autor:
Deivison Faustino
Walter Lippold
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apresentação:
Sergio Amadeu
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orelha:
Tarcízio Silva
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capa:
Antonio Kehl sobre arte de Del Nunes
- edição:
- 1
- coleção:
- Estado de Sítio
- selo:
- Boitempo
- páginas:
- 208
- formato:
- 21cm x 14cm x 2cm
- peso:
- 250 Gramas
- ano de publicação:
- 2023
- encadernação:
- brochura
- ISBN:
- 9786557172254
Você conhece o Armas da crítica?
Confira aqui mais informações sobre o clube do livro da Boitempo e acesse aqui o guia de leitura de Colonialismo digital, livro 31 do clube.
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Quais são os impactos das tecnologias em nossa sociedade? Que consequências enfrentamos com a concentração das principais ferramentas tecnológicas que regem a vida de milhões de pessoas no domínio de um punhado de empresas estadunidenses? De que maneira é possível relacionar algoritmos a racismo, misoginia e outras formas de violência e opressão?
Em Colonialismo digital: por uma crítica hacker-fanoniana, Deivison Faustino e Walter Lippold entrelaçam tecnologia e ciências humanas, apresentando um debate provocador sobre diferentes assuntos de nossa era. Inteligência artificial, internet das coisas, soberania digital, racismo algorítmico, big data, indústrias 4.0 e 5.0, segurança digital, software livre e valor da informação são alguns dos temas abordados.
A obra se inicia com um debate histórico e conceitual sobre o dilema das redes e a atualidade do colonialismo para, em seguida, discutir as expressões “colonialismo digital” e “racismo algorítmico”. Ao fim, apresenta uma reflexão sobre os possíveis caminhos a seguir, partindo das encruzilhadas teóricas e políticas entre o hacktivismo anticapitalista e o pensamento antirracista radical. Para discutir a relação dialética entre tecnologia, dominação e desigualdade e propor pautas fundamentais a movimentos sociais, os autores dispõem, ao longo da obra, da contribuição de intelectuais como Frantz Fanon, Karl Marx, Julian Assange, Shoshana Zuboff, Byung-Chul Han, Marcos Dantas, entre outros.
A edição conta, ainda, com a colaboração de referências no debate nacional: a apresentação é de Sergio Amadeu, especialista em software livre e inclusão digital no Brasil; e o texto de orelha é de Tarcízio Silva, pesquisador e um dos maiores nomes do hacktivismo brasileiro.
Trechos
“O ‘velho’ capitalismo foi e continua sendo irremediavelmente permeado pelo racismo, pelo sexismo, pela transfobia, pelo antropocentrismo especista etc. Neste cenário, a velha racialização colonial, que marca a atual reprodução social, condiciona a emergência do chamado racismo algorítmico, fenômeno que, como veremos, influi tanto sobre a divisão social do trabalho e do acesso às tecnologias disponíveis quanto sobre os desenhos tecnológicos e sua capacidade de promoção de vida ou de morte.”
“É necessário alertar para certa colonização da vida pelas máquinas e pelos algoritmos, mas a pergunta que as pessoas nem sempre se fazem é: quem domina quem? Se a máquina domina o humano, ainda que por meio de uma servidão voluntária, quem domina a máquina? Em outras palavras, se algoritmos macabros colonizam nosso cotidiano para captar dados e induzir nosso comportamento e nossa subjetividade, com que razão o fazem? Será correto atribuir razão e, portanto, status de sujeito ao algoritmo quando ele próprio é programado por alguém com vistas à obtenção de determinados resultados?”
“As novas tecnologias informacionais são a tônica de nosso velho e admirável mundo novo. Um mundo real onde tudo muda a velocidades crescentes, mas muda para intensificar e diversificar as velhas formas de produção e extração de mais-valor. As promessas de um capitalismo informacional ou imaterial, cidades inteligentes, smarthouses e trabalho em casa, tudo pervasivamente ligado a uma internet das coisas (IoT – internet of things), na verdade nos permitiram morar no trabalho e/ou em um shopping supostamente metavirtual, onde a vida vai sendo, cada vez mais, convertida em uma entediante e fungível coleção de mercadorias.”