Em 1982, após dezoito anos de ditadura e décadas de mandonismo nos esportes, o Parque São Jorge, sede do Corinthians, respirou ares de liberdade. Uma experiência liderada por Sócrates, diversos outros jogadores e a diretoria do clube tornou-se a grande novidade futebolística do ano: a Democracia Corintiana.
Na ocasião em que se completou os vinte anos daquela que foi a mais importante mobilização de atletas na história do futebol brasileiro, a experiência ganhou o seu primeiro registro literário.
Escrito a quatro mãos por Sócrates e Ricardo Gozzi, Democracia Corintiana resgata os eventos em torno de um movimento que mesclou aspectos políticos, sociais, culturais e esportivos. Enquanto Sócrates recuperou suas memórias do Corinthians democrático, Gozzi tratou de pesquisar o contexto histórico do movimento e entrevistar seus mais destacados protagonistas para montar este livro repleto de histórias surpreendentes.
Em sintonia fina com o período de abertura política vivido no Brasil no início da década de 1980, a Democracia Corintiana atraiu simpatizantes e detratores. Décadas depois, ainda é um assunto debatido com paixão nas rodas de futebol. Mais que um resgate histórico, este livro mostra ser possível romper com o atual modelo retrógrado e corrupto do futebol brasileiro para, enfim, moralizá-lo.
Democracia corintiana: a utopia em jogo inclui um conjunto de fotos em cores e em preto e branco de Sócrates e outros participantes do modelo democrático de gestão do futebol.