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"É tudo novo", de novo
Análise das artimanhas do discurso capitalista sobre as "mudanças" no trabalho. Mostrando como essas narrativas promovem a destruição de direitos trabalhistas, revela a importância de questionar essa retórica dominante para criar alternativas. Um olhar crítico sobre o futuro do trabalho.
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Desde o fim do século XX, o sistema capitalista tem reiterado incessantemente o discurso sobre a necessidade de “adaptações” e “mudanças” nas relações de trabalho. Em “É tudo novo", de novo, o professor de economia Vitor Filgueiras analisa essa narrativa das “grandes transformações”, tão repetida no capitalismo contemporâneo, apresentando seus argumentos e suas contradições, de modo a desnudar seus verdadeiros objetivos: a legitimação da destruição de direitos trabalhistas e o aprofundamento da assimetria entre capital e trabalho.

Os argumentos empresariais em torno da inovação defendem que o padrão atual de políticas públicas e ações coletivas relacionadas ao trabalho é inexoravelmente anacrônico e, para evitar um desastre no mercado de trabalho, seria preciso “flexibilizar” e “modernizar” os trabalhadores e as legislações trabalhistas. Embora predatórias, essas narrativas são tão poderosas que acabam sendo assimiladas por parcela importante de trabalhadores e instituições, ajudando a criar uma espécie de “profecia autorrealizável” à medida que são reproduzidas.

Em uma linguagem acessível, o livro enfatiza a importância de não assumirmos como verdadeira a retórica capitalista dominante, o que possibilita que as forças do trabalho abram espaço para a criação de alternativas à pauta do capital.
 

Trecho do livro

Comumente, apresenta-se aos trabalhadores o dilema entre ter um emprego ou lutar por direitos. Ou a afirmação de que os trabalhadores são responsáveis pela solução do desemprego, bastando aceitar as condições impostas pelo mercado. Nesses termos, defender salários e condições de trabalho é promover o próprio desemprego, portanto, um “tiro no pé”. Trata-se de um mecanismo que busca transformar o dominado em refém de sua condição de dominação: “Aceite a subordinação e suas condições, pois se reclamar será pior”. As narrativas empresariais sobre as “novidades” adotam sistematicamente esse recurso ideológico de convencimento.

Autoria de Vitor Araujo Filgueiras
Texto de orelha de Ricardo Antunes
Prefácio de José Dari Krein
Texto de quarta capa de Renata Dutra e Lys Sobral
Capa de Antonio Kehl
Número de páginas: 208
Dimensões: 23 x 16 x 2 cm
Peso: 293,3 g
ISBN: 9786557171073
Encadernação: Brochura
Ano de publicação: 2021

SubTítulo 295930

as narrativas sobre grandes mudanças no mundo do trabalho como ferramenta do capital