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Paragens
Uma visão contundente e poética da luta diária dos operários migrantes por dignidade em um país inóspito. Com uma prosa sofisticadamente simples, revela a experiência humana nas periferias da Babilônia, destacando a esperança que persiste mesmo nas circunstâncias mais adversas.

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Paragens é uma reunião de três novelas de Roniwalter Jatobá: "Pássaros Selvagens", "Tiziu" e uma terceira inédita, que dá nome ao livro. Cerca de vinte anos separam a primeira da última, conformando, nas palavras de Flávio Aguiar, "uma viagem, uma espécie de migração que volta ao ponto de partida".

Migração talvez seja a experiência comum das três, nas suas diversas formas, revelando sofrimentos de um país marcado por diversos êxodos violentos: do tráfico negreiro de longa duração às peregrinações cotidianas periferia-centro-periferia nas grandes cidades atuais, passando pelo êxodo rural norte-nordestino rumo ao sul do país que, nas últimas décadas, acaba por determinar a sina de iNúmeros personagens, como os trabalhadores migrantes que protagonizam as novelas de Roni.

Ainda nas palavras do crítico literário, "Pássaros Selvagens" conta a estória de um menino que termina por migrar para a cidade grande, saindo de uma povoação praticamente ressurgida das cinzas com a construção da Rio-Bahia. Paragens evoca o mergulho em si mesmo de um personagem que, depois de várias migrações, percorre as ruas inundadas de São Paulo e as estações de trem, até seu destino, que é nenhum. Sua última frase é: "Sigo calado, molhado, bestando".

"Tiziu" (nome de um pássaro) é a estória, em primeira pessoa, de um mutilado. Veio para São Paulo, desencontrou-se da vida, perdeu a mão em acidente de trabalho. Daí pensa voltar para sua cidade de origem, no sertão, mas não há mais retorno: como no caso de Macunaíma, sua tribo se perdeu. Solitário em meio a um povo e parentes que não mais o reconhecem nem ele reconhece, desesperado pela falta da pensão que não chega, deixa-se tomar por um assomo de violência que o levará a seu destino final. Em todos as narrações persiste o motivo do encontro com a morte como se, em meio à mentira do mundo, esta fosse a única verdade.
 

Trecho do livro

A arte de Roniwalter está em, a partir da crise social, construir uma visão da crise ética decorrente e conseguir uma solução estética consistente, através do recurso às reminiscências das formas velhas de narrar por trás das características da narrativa moderna. Desta forma, a crise da sociedade, externa, passa também a ser força de estilo – parte interna, forma, portanto - da obra literária.

- Flávio Aguiar

Autoria de Roniwalter Jatobá
Prefácio de Flávio Aguiar
Texto de orelha de Marçal Aquino
Ilustrações de Lasar Segall
Capa de Antonio Kehl sobre Favela, de Lasar Segall
Número de páginas: 169
Dimensões: 24 x 13 x 1,0 cm
Peso: 238,3 g
ISBN: 9788593400063
Encadernação: brochura
Ano de publicação: 2000