Rap e política traz as vivências sociais, culturais e políticas de quem faz e experimenta o rap em seu cotidiano.
Neste seu livro de estreia, Roberto Camargos se debruça sobre mais de 10 mil composições de temas variados, produzidas no país desde a década de 1990 até 2015, para introduzir o leitor a esse universo em expansão de intenso diálogo da música com a vida social, uma espécie de “raio-x do Brasil”. Camargos mostra o rap nacional - dos Racionais MC’s aos rappers maranhenses, goianos, baianos e de outros rincões brasileiros - como um fenômeno que supera a música feita para e pela indústria cultural, para se tornar uma forma ativa de engajamento social e resistência. As composições têm em comum a sua origem: experiências históricas e sociais de uma comunidade musical ainda hoje marginalizada.
Interessado em observar o mundo “de baixo para cima”, e não dos mesmos lugares de poder de sempre, Roberto Camargos explica com sutileza por que é que o rap (entre outros vários gêneros musicais, digamos, populares) incomoda tanta gente, irrita tanta sensibilidade, exaspera tanto crítico musical e insulta tanto senso comum “de cima para baixo” - mesmo depois de décadas de acúmulo histórico e de adventos fora-e-dentro da indústria cultural, como os dos ícones pop Criolo e Emicida.