Uma análise das políticas do Banco Mundial (Bird) para a reforma agrária nos países pobres, feita por especialistas de ONGs, entidades de pesquisa e movimentos sociais dos países que sofrem os efeitos desta política. Este é o livro O Banco Mundial e a terra organizado por Mônica Dias Martins e lançado pelo selo Viramundo da editora Boitempo, com apoio da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos.
O livro denuncia como o Banco Mundial, que na retórica “promove” a reforma agrária, na prática usa seu poder de financiamento para estabelecer as mesmas políticas em todo mundo, cooptando os estados nacionais para promover um “mercado de terras”, com a privatização das áreas públicas, comunais, águas e florestas, aplicando um modelo inviável de reforma agrária através de financiamentos com juros e condições impagáveis que acabam tendo o resultado oposto à uma reforma agrária: maior concentração de terras e êxodo rural.
Muitas pesquisas independentes indicam que os projetos do Banco Mundial não têm sido bem sucedidos, apresentando problemas econômicos, sociais e ambientais. Entretanto, eles permanecem como parte estratégica de um projeto maior que visa garantir as bases para a expansão do neoliberalismo.
A grande semelhança entre as fórmulas aplicadas pelo Banco Mundial e seus impactos negativos em diversos países gerou um movimento internacional de oposição à política de “reforma agrária de mercado”. Muitas organizações – como a Via Campesina, a Rede de Ação e Pesquisa sobre a Terra e a FIAN (Foodfirst Information & Action Network) – iniciaram uma articulação com o objetivo de sistematizar e divulgar tanto as denúncias sobre os projetos do Banco Mundial como as propostas construídas a partir das experiências dos movimentos de trabalhadores rurais.