O mundo nos pertence, de Christophe Aguiton, apresenta uma radiografia das recentes lutas sociais e suas reações à “mercantilização do mundo”. O livro oferece elementos para o entendimento dos mais distintos movimentos sociais da atualidade, com o enfoque de quem atua no universo europeu. A leitura dessa obra ajuda a compreender o sindicalismo atual, o desemprego, o trabalho rural, os movimentos da juventude, o feminismo, a ação dos ecologistas e muitos outros temas.
De Seattle a Gênova, passando por Nice, Praga e Porto Alegre, aquilo que parecia ser a muralha intransponível da “nova ordem mundial” começa a sofrer o assédio de multidões descontentes. Reuniões e encontros dos organismos financeiros internacionais tornam-se alvo de protestos acalorados. Sem ter ainda um projeto alternativo que as embale, essas legiões rebeldes trazem à tona novos personagens como ONGs e movimentos sociais, ao lado dos sindicatos e partidos políticos.
Nesse contexto, Christophe Aguiton, teórico e ativista cuja liderança nasceu no interior do movimento sindical e social da França, procura desvendar os agentes de uma “outra globalização”, caótica e, por vezes, contraditória.
Os agentes dessa globalização, apesar das divergências, se unificam sob o lema “O mundo não é uma mercadoria”. Christophe Aguiton mostra, então, que a criação de uma alternativa à barbárie neoliberal é um desafio teórico e prático, do qual a construção já se iniciou.
O objetivo de O mundo nos pertence é, portanto, contextualizar esses movimentos sociais e fornecer algumas diretrizes para orientar as atividades militantes num sentido que ofereça o máximo de oportunidade para que as classes menos favorecidas se façam ouvidas.