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Trabalho intelectual e manual

“Alfred Sohn-Rethel foi o primeiro a chamar a atenção para o fato de que na atividade universal e necessária do espírito, se esconde incondicionadamente trabalho social.” – Theodor W. Adorno
 
Qual a relação entre dinheiro e conhecimento? Nesta genealogia da separação entre trabalho intelectual e manual, Alfred Sohn-Rethel revela as afinidades estruturais e estruturantes entre as abstrações conceituais do pensamento ocidental e a forma mercadoria. Um dos principais textos da teoria marxista do pós-guerra, Trabalho intelectual e manual exerceu influência decisiva sobre os principais autores da chamada Escola de Frankfurt, como Theodor Adorno e Walter Benjamin.

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Sohn-Rethel desenvolve a tese ousada de que a análise marxiana da mercadoria é chave não só da crítica da economia política, mas também da origem histórica do próprio pensamento conceitual ocidental e da divisão entre “cabeça e mão” que dele decorre: “a separação entre trabalho intelectual e manual é tão imprescindível para a dominação da classe burguesa quanto a propriedade privada dos meios de produção.” Ao cunhar o conceito de “abstração real” e reposicionar as discussões sobre ciência, técnica e epistemologia no campo marxista, a obra de Sohn-Rethel apresenta fertilidade duradoura para a filosofia crítica contemporânea, inspirando autores como Slavoj Žižek, Anselm Jappe, Antonio Negri e Giorgio Agamben, entre outros.
 
Fruto de mais de cinquenta anos de elaboração e reelaboração, Trabalho intelectual e manual chega pela primeira vez às livrarias brasileiras com tradução direta do alemão feita por Elvis Cesar Bonassa a partir da edição mais recente da obra consolidada após detalhada revisão do autor. Com prefácio de Olgária Matos e orelha de Vladimir Safatle a edição da Boitempo vem incrementada de preciosos anexos que documentam a rica interlocução de Sohn-Rethel com Adorno e Benjamin.

Trecho do livro

A explicação materialista histórica da origem da forma de conhecimento científico e seu desenvolvimento é, portanto, um dos campos que tornam necessária uma ampliação de escopo da teoria marxista. Outro motivo é a falta de uma teoria do trabalho intelectual e do trabalho manual, de sua separação histórica e das condições para uma possível unificação. Já na Crítica do programa de Gotha, Marx menciona, entre os pressupostos de uma “fase superior da sociedade comunista”, o desaparecimento da ‘subordinação escravizadora dos indivíduos à divisão do trabalho e, com ela, [d]a oposição entre trabalho intelectual e manual’. No entanto, não será possível entender as condições das quais depende o desaparecimento dessa oposição, sem antes descobrir as origens de sua formação histórica. A teoria marxista, contudo, não oferece nada para lidar com isso. De fato, a oposição entre trabalho intelectual a trabalho manual perpassa, de uma forma ou de outra, toda a história da sociedade de classes e da exploração econômica. Essa oposição e uma das manifestações da alienação, da qual vive a exploração, como a planta vive do nitrogênio. Ainda assim, não e nada evidente por que uma classe dominante, invariavelmente, tem sempre a disposição a forma especifica de trabalho intelectual de que necessita. Embora as raízes disso estejam obviamente ligadas a estrutura da dominação de classes, esse trabalho intelectual requer determinado grau mínimo de independência mental para ser útil a classe dominante. Além disso, os trabalhadores intelectuais, sejam sacerdotes, sejam filósofos ou cientistas, não são detentores nem principais beneficiários da dominação, a qual prestam sua contribuição indispensável. O caráter de conhecimento objetivo do trabalho intelectual, e mesmo o próprio conceito de verdade, surgem na história no curso da separação entre cabeça e mão, que, por sua vez, faz parte da divisão de classes na sociedade. A objetividade e a função de classe do conhecimento de tipo intelectual estão assim essencialmente ligadas e só podem ser compreendidas em sua conexão mutua. Mas quais são as implicações desse fato para a possibilidade de uma sociedade sem classes moderna, baseada em um alto grau de desenvolvimento tecnológico?".

Autoria de Alfred Sohn-Rethel
Apêndice de Theodor Adorno e Walter Benjamin
Capa de Mateus Rodrigues
Prefácio de Olgária Matos
Texto de orelha de Vladimir Safatle
Texto de quarta capa de Theodor Adorno, Slavoj Žižek e Antonio Negri
Tradução de Elvis Cesar Bonassa
Título original: Geistige und körperliche Arbeit
Páginas: 280
Formato: 21cm x 16cm x 2cm 
Peso: 391g
Ano Publicação: 2024
Encadernação: Brochura
ISBN: 9786557174197