Transnacionalização do capital e fragmentação dos trabalhadores: ainda há lugar para os sindicatos?, de João Bernardo, é uma provocação crítica ao pensamento dominante. Ao tratar do capital global, mostra a potência adquirida pelas empresas capitalistas e seu amplo controle sobre os governos nacionais.
Para João Bernardo, todos os fracassos do movimento operário resultam do fato dele não ter sido capaz de agir conjuntamente contra seus dois inimigos – “um que lhe aparece no exterior e outro que é gerado no seu próprio seio” –, além de ter repetidamente permitido que as burocracias geradas no seu interior se convertessem em classe exploradora.
Através de um raciocínio implacável, o autor busca desvendar a dialética social do capitalismo, que consiste na possibilidade de reforçar os mecanismos da exploração com elementos gerados no interior do próprio processo de luta contra a exploração.
Crítico áspero dos defensores da tese do “fim do proletariado”, João Bernardo mostra como os trabalhadores, em suas ações, constituem-se no polo central das transformações anticapitalistas. Ao mesmo tempo, se questiona sobre o futuro dos sindicatos, seus caminhos e principais desafios. Sua temática é, portanto, relevante e polêmica.