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Viagem de Petersburgo a Moscou
Primeira edição em português desta obra revolucionária que expôs a injustiça social e a servidão na Rússia durante o reinado de Catarina II, desafiando a autocracia da época. Pioneiro da literatura russa de transformação social, o autor construiu uma narrativa única e corajosa.
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Publicado pela primeira vez em português e com tradução direta do russo, Viagem de Petersburgo a Moscou é a principal obra de Aleksandr Radíschev, considerado o fundador da tradição revolucionária na literatura russa. Em seu relato de uma viagem fictícia de São Petersburgo a Moscou, através de uma rota postal que passa por diferentes cidades, Radíschev retrata um quadro em que sobressaem a injustiça social, a miséria e a brutalidade. Incorporando elementos diversos para construir sua narrativa, o autor, ao expor as mazelas do Império Russo, oferece também uma crítica à servidão, à autocracia e à censura.

Considerado por muitos revolucionários o primeiro de uma linhagem de escritores russos que fizeram de sua obra veículo privilegiado para transmitir uma mensagem de transformação social, o autor cria uma língua literária singular. Lançado pela primeira vez em 1790, no reinado de Catarina II e um ano após a Revolução Francesa, a obra irritou a imperatriz. Condenado, Radíschev foi enviado para um exílio interno na Sibéria, onde passou quase seis anos longe de sua família. Pouco tempo depois do cumprimento de sua pena, Radíschev colocaria fim a seus dias, vindo a falecer em 24 de setembro de 1802.
 

Trecho do livro

O que é, afinal, o direito do povo? Os povos, dizem os professores de direito, encontram-se uns em consideração aos outros na mesma posição em que uma pessoa se encontra em relação a outra em estado natural. Pergunta: quais são os direitos de uma pessoa em estado natural? Resposta: olha para ela. Está nua, com fome, com sede. Apoderar-se-á de tudo o que puder pegar para satisfazer suas necessidades. Se algo quer impedi-la, remove o obstáculo, destrói e obtém o desejado. Pergunta: se, em vias de satisfazer sua necessidade, encontra um semelhante, se, por exemplo, duas pessoas, sentindo fome, desejam saciar-se com a mesma porção: qual das duas tem mais direito à obtenção? Resposta: aquela que conseguir pegar a porção. Pergunta: quem consegue pegar a porção? Resposta: o mais forte. Porventura, não seria esse o direito natural, não seria essa a base do direito do povo?! Exemplos de todos os tempos testemunham que o direito sem a força é sempre, na sua execução, letra vazia.

Autoria de

Autoria

Aleksandr Radi´schev

Autoria de Aleksandr Radíschev
Tradução, apresentação e notas de Paula Vaz de Almeida
Texto de orelha de Raquel Toledo
Capa de Antonio Kehl, sobre projeto gráfico de capa de Rafael Nobre e imagem A queda de Nóvgorod, de Klávdi Lebediev, 1891 (Wikimedia Commons)
Número de páginas: 248
Dimensões: 21 x 14 x 2 cm
Peso: 349,7 g
ISBN: 9786557172100
Encadernação: brochura
Ano de publicação: 2023