Fruto de uma pesquisa coletiva por diversos setores da economia brasileira, do canto erudito aos bancários, da indústria automobilística à economia informal, este livro traça um panorama do momento atual e do futuro do trabalho e do sindicalismo no Brasil.
Ricardo Antunes e um grupo de pesquisadores e autores, como István Mészáros, Luciano Vasapollo, Márcio Pochmann e Giovanni Alves, estudam os impactos das mudanças na legislação; da nova divisão internacional e regional do trabalho e do capital, como o impacto dos produtos chineses e a ida de unidades fabris para o interior do país; e das mudanças tecnológicas recentes, como a adoção dos métodos administrativos do toyotismo.
Uma pesquisa que “desceu aos infernos, onde velhas e novas formas de exploração se juntam para manter submisso o trabalhador”, como escreve Francisco de Oliveira na orelha do livro (leia texto abaixo), para, a partir da pesquisa, compreender as mudanças ocorridas no universo do trabalho urbano e dos próprios setores clássicos da divisão do trabalho (agricultura, indústria e serviço), tão evidenciada nos termos “agroindústria”, “indústria de serviços” ou “serviços produtivos”, como aponta Antunes.
Terceirização, aumento das lesões por esforços repetitivos, explosão do desemprego, aumento dos esforços de comunicação das empresas para influenciar os trabalhadores e dividi-los, concentração de tarefas, perda de direitos, “cooperativas de trabalho” que acentuam a precarização, crise sindical. A crescente exploração para maiores ganhos de produtividade e rentabilidade do capital, analisada pelos seus efeitos naqueles que produzem estes ganhos: os trabalhadores.
Um “denso inventário sobre o trabalho no Brasil”, nas palavras do organizador, o livro traz um artigo inédito do filósofo húngaro István Mészáros sobre o mito da flexibilização do trabalho e a globalização.