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Todo o sistema de regimes reacionários e de relações internacionais opressivas instaurado pelo Congresso de Viena de 1815, o sistema da Santa Aliança, sentia-se ameaçado. Seus principais representantes e beneficiários eram plenamente conscientes do perigo, como o demonstra, entre outros documentos, a correspondência secreta de Nicolau I. Em carta de 18 de janeiro de 1848, afirma ao rei da Prússia que se aproximam inelutavelmente ‘terríveis desgraças’ e somente ‘ações’, não ‘palavras’, podem salvar a Europa. Ele acolhe favoravelmente a proposta de Metternich de criar em Viena, com representantes da Áustria, Prússia e Rússia, um organismo especial encarregado de seguir diuturnamente o desenvolvimento dos acontecimentos europeus. E num documento sobre a situação internacional, deste mesmo mês de janeiro de 1848, o tsar se declara pronto a intervir nos assuntos alemães em caso de revolução: “Em nome dos nossos interesses, é preciso intervir decididamente contra o mal, que nos ameaçaria a nós mesmos, e unir sob as nossas bandeiras todos os que permaneçam fiéis à ordem. Este papel convém à Rússia, eu o assumo e com a ajuda de Deus sairei ao encontro do perigo invocando a justiça e rogando a Deus”. “Todas as contradições de classe se crispam: burguesia-proletariado, burguesia-artesãos, burguesia-nobreza, campesinato-nobreza. Em primeiro plano, condicionando todos os outros antagonismos, situa-se o antagonismo entre o conjunto de classes e camadas sociais que então constituem o “povo” – desde os operários, artesãos e camponeses até a burguesia – e o regime monárquico-absolutista, cujos principais instrumentos são o Exército, a polícia e a famosa burocracia prussiana. À frente do conglomerado antiabsolutista aparece, com papel indiscutivelmente hegemônico – constata Engels –, a burguesia liberal. A classe operária propriamente dita não representa mais que uma pequena porcentagem da população. No proletariado predominam os artesãos pobres, em vias de proletarização”.