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A rima na escola, o verso na história
A luta pela preservação da cultura popular afro-indígena e sertaneja em meio à migração. A autora revela a força da poesia e da luta por identidade em São Paulo, revelando novas perspectivas para a educação e a resistência cultural.
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Inspirada no diário de viagens de Mario de Andrade pelo norte e nordeste do Brasil, Maíra Soares Ferreira apresenta em A rima na escola, o verso na história, a luta pela preservação da cultura popular afro-indígena e sertaneja e sua transmissão às novas gerações, em comunidades como a da favela do Real Parque, na capital paulista, formada por migrantes descendentes da aldeia Pankararu (PE). Este livro resultou de sua pesquisa-intervenção em torno da criação poética, desenvolvida em sala de aula com professores e alunos do 8º ano do ensino fundamental.

A obra, ganhadora do prêmio Patativa do Assaré (MinC, 2010), rastreia o processo de subjetivação de um coletivo de trabalhadores afro-indígenas sertanejos que, após ter sido trazido para São Paulo na década de 1950 como mão de obra da construção do estádio do Morumbi, ocupou um terreno à beira da marginal Pinheiros. Ali, uma comunidade se formou à moda dos aldeamentos forçados, observados desde o Brasil Colônia e a abolição da escravatura nas mais diversas regiões do país, que obrigavam negros, indígenas e homens brancos “livres” pobres a viver juntos e aprisionados como parte da política de miscigenação e apagamento de seus traços étnicos e culturais para gerar homens “sem vínculos”. Por outro lado, como parte da resistência a essas mesmas imposições e modalidades de dominação, surgiram as mais diversas formas de hibridismos culturais.

A partir das dificuldades de inserção dessa comunidade na única escola pública de ensino fundamental da região, a jovem pesquisadora foi buscar o verso e a poesia popular remanescentes no Nordeste, reaquecidos pelas formas híbridas de composição poética e musical contemporâneas, no caso, entre o tradicional repente e o rap. Maíra ressalta o potencial crítico e transformador dessa confluência, formas que a seu ver expressam uma reinvenção da cultura popular nordestina ao apropriar-se do novo combinando-o com o velho. Nesse sentido, a autora não apenas nos oferece um método de trabalho em sala de aula, como nos permite compreender a cultura como forma de resistência.”

Este livro tem a virtude de demonstrar a importância de revisitar as origens, o passado esquecido, e aponta-nos a estratégia fundamental de “formação”, no sentido amplo do termo, que envolve, como sustenta a autora, um meio de afirmação étnico-social sem o qual dificilmente se obterá a adesão dos alunos das camadas populares - alunos esses que clamam por renovação no interior das instituições públicas de ensino”, afirma Mônica Guimarães Teixeira Amaral, professora da Faculdade de Educação da USP.
 
Autoria de Maíra Soares Ferreira
Texto de orelha de Moisés Rodrigues da Silva Junior
Prefácio de Monica Guimarães Teixeira Amaral
Posfácio de Alípio Casali
Texto de quarta capa de Alípio Casali
Número de páginas: 240
Dimensões: 21 x 14 x 1 cm
Peso: 338,4 g
ISBN: 9788575592113
Encadernação: Brochura
Ano de publicação: 2012