Lacan e a democracia

clínica e crítica em tempos sombrios

Christian Ingo Lenz Dunker

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Lacan e a democracia
  • autor: Christian Ingo Lenz Dunker
  • orelha: Vladimir Safatle
  • quarta capa: Maria Lívia Tourinho Moretto
    Nelson da Silva Jr.
  • capa: Michaella Pivetti
edição:
1
selo:
Boitempo
páginas:
310
formato:
23cm x 16cm x 2cm
peso:
300 Gramas
ano de publicação:
2022
encadernação:
Brochura
ISBN:
9786557171240

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É possível a associação entre psicanálise e democracia? De que maneira os conceitos de Jacques Lacan se relacionam com a política em geral? Nesta obra, o professor e psicanalista Christian Dunker apresenta aos leitores afinidades entre psicanálise e democracia no atual contexto de ascensão de fenômenos como a antipolítica não apenas conservadora, mas fascista em termos discursivos.
 
Com o objetivo de mostrar como a psicanálise contribui para a tradição crítica, para a reflexão histórica sobre a democracia e também para a revalorização da palavra em sua ação direta pelos sujeitos, este livro dialoga com o Mal-estar, sofrimento e sintoma, lançado em 2015 pelo autor. Em Lacan e a democracia, Dunker mostra como, em 2013, a lógica dos condomínios passou por um desequilíbrio com o aumento do desejo de acesso ao espaço público, de circulação pela cidade, de cidadania e participação política – processo que, naturalmente, também fez a reação contrária crescer, por parte daqueles que gostariam de regressar aos anos 1970 e reerguer os muros da exclusão e do silenciamento.
 
Fundamentado na convergência de diferentes esforços para pensar o que seria uma política que tem a psicanálise como alicerce, o autor joga luz ao empenho de Jacques Lacan em inscrever a psicanálise na tradição das luzes, no debate da ciência e no crivo da razão: “A democracia seria impossível sem essa confiança na palavra como pacto e revelação, como partilha e reconhecimento do caráter humano das leis”, diz na introdução da obra.
 
Trecho

“A emergência de governos antidemocráticos pelo mundo ao longo dos anos 2010 e 2020 exprime ao mesmo tempo o apogeu e a crise do neoliberalismo. Lembremos que a base social do neoliberalismo era composta por uma aliança entre os verdadeiros capitalistas, proprietários e acionistas, e a classe gerencial, ou seja, os gestores, os síndicos, os intermediários. Esse último grupo foi expandido por processos de precarização e “pejotizações” que culminaram em formas de vida estruturadas como uma empresa. Se o neoliberalismo se caracteriza por uma política ostensiva e calculada de administração de mais sofrimento psíquico para extração de mais produtividade e desempenho, a crise do neoliberalismo e suas correções sintomáticas dão um passo adiante nos termos dessa equação e assumem a verdade desse discurso: os mais fracos devem perecer, os mais fortes têm ainda mais direitos. Sustentabilidade, ecologia, cultura, educação e saúde são periféricos do ponto de vista da produção.."