As mulheres que fizeram a Revolução Russa
Em "As combatentes no Dia do Grande Outubro", escrito em 1927, Aleksandra Kollontai homenageia suas camaradas dirigentes comunistas, sem deixar de reconhecer a força da massa de trabalhadoras anônimas que tornaram a vitória bolchevique e a revolução socialista na Rússia possível.
Kollontai ao lado de Clara Zetkin durante o III Congresso da Internacional Comunista, realizado em Moscou em 1921. Imagem: Wikimedia Commons.
Por Aleksandra Kollontai
Para a Grande Revolução de Outubro, quem foram elas? Indivíduos? Não, uma massa, dezenas, centenas de milhares de heroínas anônimas que caminharam lado a lado com operários e camponeses em nome da bandeira vermelha, com o lema dos sovietes, através das ruínas do odioso passado religioso e tsarista em direção a um novo futuro…
Se olharmos para o passado, veremos essas massas de heroínas anônimas nos dias de Outubro em cidades famélicas, em vilas destituídas e espoliadas pela guerra… Paninhos na cabeça (ainda eram incomuns os lenços vermelhos), saias puídas, casacos remendados… Jovens e velhas, operárias e soldadas, camponesas e donas de casa, da camada pobre da cidade. Raras, muito mais raras naqueles dias eram as mulheres empregadas, da intelligentsia. Mas também havia mulheres da intelligentsia entre aqueles que carregaram a bandeira vermelha na vitória de Outubro: professoras, funcionárias de escritórios, jovens universitárias, estudantes ginasiais, médicas. Caminhavam alegres, abnegadas, assertivas. Para onde quer que fosse, lá iam elas. No front? Quepe na cabeça, e logo se tornavam soldadas do front vermelho. Se amarrassem uma faixa vermelha no braço, significava que estavam correndo para o posto médico para socorrer o front vermelho contra [Aleksander Fiódorovitch] Kiérenski, que ficava em Gátchina. Trabalhavam na comunicação. Grandes coisas são criadas com prazer, alegria e sentimento, mas nós éramos uns parafusinhos na classe geral da revolução.
Nos vilarejos, as camponesas solteiras (as que foram enviadas para o front) tomavam a terra dos proprietários e purificavam os nobres ninhos daqueles “senhores” que há séculos estavam sentados neles…
Quando lembramos os dias de Outubro, não vemos rostos individuais, mas uma massa. Sem número, como se fossem ondas de gente. E para onde quer que se olhe, por toda parte há mulheres: nos comícios, reuniões, manifestações…
Manifestação do Dia Internacional da Mulher de 8 de março de 1917, em Petrogrado, reconhecida como um dos estopins da Revolução Russa. Imagem: Wikimedia Commons.
Ainda sem ter total clareza do que queriam, do que pretendiam. Mas já sabiam perfeitamente: não aguentamos mais guerra. Também não queriam saber dos proprietários, dos ricos às suas custas… O grande mar de gente ficou agitado em 1917, e nele havia muitas e muitas cabeças femininas…
Algum dia os historiadores escreverão sobre o que fizeram essas heroínas anônimas, mortas no front, executadas pelos membros do Exército Branco, que aguentaram a miséria extrema dos primeiros anos da Revolução e mesmo assim não largaram a bandeira vermelha do poder dos sovietes e do comunismo.
Elas, essas heroínas anônimas, mortas em nome de uma nova vida para os trabalhadores nos dias do Grande Outubro, receberam a primeira reverência da jovem União, onde agora a juventude constrói, alegre e satisfeita, a base do socialismo.
Involuntariamente, porém, sobre esse mar de cabeças femininas com seus lenços e quepes gastos, erguem-se as imagens daquelas mulheres que receberão especial atenção do historiador quando, daqui
a muitos anos, ele for escrever a respeito de como o Grande Outubro ocorreu e se desenrolou com seu inspirador Lênin.
Em primeiro lugar está a imagem da fiel companheira de armas de Lênin, Nadiéjda Konstantínovna Krúpskaia. O modesto vestido cinza e seu costumeiro esforço por permanecer à sombra, entrar na sala de reunião sem ser percebida, sentar-se atrás de uma coluna. Mas ela mesma vê, ouve e observa tudo para transmitir a Vladímir Ilítch, acrescentar comentários precisos e buscar um pensamento racional, correto e necessário.
Retrato policial de Krúpskaia, tirado após a sua prisão em 1896. Imagem: Wikimedia Commons.
Nadiéjda Konstantínovna não discursava nos turbulentos comícios com milhares de pessoas, nos quais o povo decidia a grande disputa: unir-se ou não ao poder dos sovietes? Mas ela trabalhou incessantemente, foi o braço direito de Vladímir Ilítch e às vezes fazia nas reuniões do partido uma observação curta, mas de peso. Nos momentos mais difíceis e perigosos, nos dias em que muitos camaradas fortes perdiam o ânimo e começavam a ter dúvidas, Nadiéjda Konstantínovna se mantinha igualmente convicta, confiante da justeza do trabalho iniciado e com fé na vitória. Ela irradiava uma crença inabalável, e essa firmeza de espírito, oculta sob rara discrição, sempre encorajava a todos que se juntavam aos companheiros de armas do grande criador de Outubro.
Ao lado, surge outra imagem: também uma antiga companheira de armas de Vladímir Ilítch, sua fiel escudeira nos distantes anos de trabalho clandestino, precisa condutora das decisões do partido, por muitos anos secretária do Comitê Central, Elena Dmítrievna Stássova. Testa larga e alva, rigor e capacidade de trabalho incomuns, rara habilidade de “perceber” as pessoas que devem ser “lançadas” ao trabalho. Assim se via sua figura alta e forte, no princípio, em Tavritcheski, no soviete, depois, na casa de [Matilda] Kchesínskaia e, enfim, nos salões de Smolni. Nas mãos, um bloco de anotações; ao redor, buzinavam, importunavam, buscavam uma resposta rápida e exata, uma ordem do camarada no front, os trabalhadores, trabalhadoras, guardas vermelhos – membros do partido, membros dos sovietes…
Stássova foi membro do Secretariado do Partido Comunista (órgão administrativo do Comitê Central, que chegou a presidir em 1919), entre 1917 e 1920, ano de realização do II Congresso da Internacional Comunista (foto com Lênin), quando assume a tarefa de representante da organização junto ao Partido Comunista da Alemanha. Imagens: Wikimedia Commons.
Stássova tinha muitas responsabilidades, mas, se algum camarada estivesse necessitado ou sofrendo naqueles dias turbulentos, ela respondia de forma breve, até seca, e fazia o que era possível. Vivia atolada de trabalho, mas sempre a postos. No entanto, não se enfiava na linha de frente, à vista. Não gostava de alvoroço à sua volta, a preocupação não era com ela mesma, mas com o trabalho.
O grande e amado trabalho do comunismo, motivo pelo qual esteve no exílio, contraiu doenças nas prisões tsaristas… Na lida era forte como um sílex, de aço. E, para a infelicidade dos camaradas, tinha a sensibilidade e a empatia que só as mulheres de grande alma têm.
Klávdia Nikoláieva era uma trabalhadora, chão de fábrica, dos estratos mais baixos. Ainda em 1908, nos anos da reação, juntou-se aos bolcheviques. Exílio, prisão… Em 1917 voltou a Leningrado e se tornou o coração da primeira revista das mulheres trabalhadoras, Kommunístka. Ainda jovem, era toda impulsividade e impaciência. Mas segurava firme a bandeira. E dizia com coragem: é preciso trazer as mulheres operárias, soldadas e camponesas para o partido. Ao trabalho, mulheres! Em defesa dos sovietes e do comunismo.
Quando discursava nas reuniões ainda ficava nervosa, não tinha autoconfiança, mas fascinava a todos. É uma das que carregaram sobre os ombros toda a dificuldade de estabelecer os fundamentos para o engajamento amplo e massivo das mulheres na revolução, que lutou em duas frentes: por um lado, pelos sovietes e o comunismo e, por outro, pela emancipação da mulher.
Capa da revista Kommunístka [a comunista] e retratos de Nikoláieva e Samóilova. Imagens: Wikimedia Commons.
Klávdia Nikoláieva e Konkórdia Samóilova, morta em seu posto de trabalho revolucionário em 1921 (de cólera), são dois nomes aos quais estão indissoluvelmente ligados os primeiros passos do movimento das mulheres trabalhadoras, especialmente em Leningrado. Konkórdia Samóilova foi uma trabalhadora abnegada como não há, uma boa oradora, que sabia encantar o coração do proletariado. Todos que com ela trabalharam não se esqueceram e por muito tempo não se esquecerão dela. Era simples no tratamento, com sua vestimenta modesta, exigente no cumprimento das decisões tomadas e, por isso, rígida tanto consigo quanto com os outros.
Armand em 1916. Imagem: Wikimedia Commons.
Uma posição especial ocupa a figura encantadora e delicada de Inessa Armand. Ela foi responsável pelo trabalho do partido na preparação de Outubro e, depois, introduziu muitas ideias criativas para as ações com as mulheres. Apesar de toda sua feminilidade e delicadeza no tratamento com as pessoas, Inessa Armand era inexorável em suas convicções e sabia se manter firme naquilo que considerava correto, mesmo quando se tratava de opositores bastante fortes. Após os dias de Outubro, ela dedicou sua energia à construção de um amplo movimento de mulheres trabalhadoras. As assembleias de delegados são sua cria.
Varvára Nikoláievna Iákovleva prestou enormes serviços nos difíceis e decisivos dias de Outubro. No fogo das batalhas de barricadas, ela demonstrou uma rigidez digna de um líder do partido. Muitos camaradas diziam na época que sua firmeza e inabalável coragem faziam voltar o vigor aos que estavam abalados e inspiravam os que perdiam o ânimo. “Ir em frente”, até a vitória.
Iákovleva; um postal soviético de 1917, homenageando Slútskaia; e Boch, que chegou a compor o governo soviético na Ucrânia nos primeiros anos da revolução. Imagens: Wikimedia Commons.
Começamos a nos lembrar das imagens femininas do Grande Outubro e como, em um passe de mágica, reavivam-se na memória novos nomes e rostos. Será possível desconsiderar naqueles dias a figura de Vera Slútskaia, uma trabalhadora abnegada na preparação de Outubro, morta por uma bala de cossacos no primeiro front vermelho perto de Petrogrado?
Podemos nos esquecer de Evgenia Boch, de natureza ardente, fervorosa, sempre entusiasmada para a batalha? Foi morta no posto revolucionário.
Seria possível deixar de mencionar aqui dois nomes intimamente ligados à vida e à atividade de V. I. Lênin, suas companheiras de armas e irmãs Anna Ilinitchna Elizárova e Maria Ilinitchna Uliánova?
Lênin com a família no Kremlin, em 1920. Imagem: Wikimedia Commons.
…E a vivaz, sempre apressada camarada Vária, das oficinas ferroviárias de Moscou? E a trabalhadora têxtil Fiódorova, de Leningrado, com seu doce rostinho sorridente e seu destemor quando a situação chegou ao ponto de exigir que ficasse nas barricadas debaixo de tiros?
Será que estamos considerando todas elas? E quantas “anônimas”? Todo um exército de mulheres heroínas de Outubro. Podemos esquecer seus nomes, mas a abnegação delas vive na própria vitória de Outubro, nas conquistas e realizações de que as mulheres trabalhadoras usufruem na União.
É claro e indiscutível que, sem a participação das mulheres, Outubro não poderia ter levado a bandeira vermelha à vitória. Glória à mulher trabalhadora, que caminhou sob a bandeira vermelha em Outubro. Glória a Outubro, o emancipador das mulheres!
NÃO PERCA!

VEJA NA TV BOITEMPO
Na live de lançamento da biografia Kollontai: desfazer a família, refazer o amor, Manuela D’Ávila e Victor Strazzeri debatem sobre a vida e obra da revolucionária russa, com mediação de Carolline Sardá.
Kollontai: desfazer a família, refazer o amor, de Olga Bronnikova e Matthieu Renault
Figura central na Revolução Russa de 1917, Aleksandra Kollontai foi pioneira do feminismo socialista e a primeira ministra de Estado do mundo contemporâneo. Esta biografia que recupera a vida e a obra dessa revolucionária russa, com destaque para suas críticas às relações de gênero. Os autores apresentam as dificuldades que Kollontai enfrentou no partido referente às questões sobre as mulheres e não deixam de mostrar aspectos contraditórios da biografada.
Antes de a contrarrevolução sexual varrer os avanços pós-1917, Kollontai foi figura central em importantes decisões, como o direito ao aborto e a facilitação do divórcio para as mulheres. Sua trajetória política sempre foi contrária ao senso comum de que questões relativas ao gênero deveriam ser problemas periféricos: “Kollontai não deixaria de demonstrar que a luta pela igualdade homens-mulheres no plano econômico e social e a reinvenção das formas do amor e da sexualidade eram indissociáveis, e que sua trama delineava um programa revolucionário completo, dotado de uma autonomia que não impedia – ao contrário, pressupunha – sua articulação estreita com as ‘tarefas do proletariado’. Por essa razão, a satisfação dessas reivindicações não podia ser adiada eternamente sem comprometer o futuro do próprio comunismo”, escrevem Bronnikova e Renault no prólogo.
VEM LER COM A GENTE!
Em diversas cidades do país, clubes de leitura se reúnem para discutir Kollontai: desfazer a família, refazer o amor coletivamente. Confira os encontros agendados e participe!
Campinas (SP)

Manaus (AM)

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A revolução das mulheres: emancipação feminina na Rússia soviética, organizado por Graziela Schneider
Uma coletânea histórica de escritos femininos da Revolução Russa de 1917, esta antologia percorre temas como feminismo, emancipação, trabalho, luta de classes, família, leis e religião, permitindo distinguir que houve, de fato, a conquista de direitos desde então, mas demonstrando também como ainda há muito o que conquistar. Os artigos, atas, panfletos e ensaios aqui reunidos são, apesar de clássicos, mais atuais do que nunca. A coletânea vem acrescida de fotografias das autoras e de cenas da Revolução.
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Vencedora do Berkshire Conference Book Award, a obra examina as mudanças sociais ocorridas na sociedade soviética nas duas primeiras décadas pós-revolução, retratando as grandes experiências da libertação da mulher e do amor livre na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) depois da Revolução – e refletindo sobre por que falharam, quando entrou em cena a burocracia stalinista. “Seu tema é a difícil relação entre vida material e belos ideais”, afirma Goldman. O livro examina as condições materiais da União Soviética logo após a Revolução e explora questionamentos relevantes para qualquer movimento social: quando um novo mundo poderá ser criado? Quais são as condições necessárias para se realizar ideais revolucionários? É possível que se crie total liberdade sexual para homens e mulheres sob condições de desemprego, discriminação e persistência de atitudes patriarcais? O que podemos apreender dessa experiência, depois da Revolução Russa? Combinando história política e social, o livro recupera não apenas as lições discutidas por juristas e revolucionários, mas também as lutas diárias e ideias de mulheres trabalhadoras e camponesas.
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