5 livros para pensar uma educação anticapitalista

Imagem: WikiCommons.

“Se a forma escolar capitalista forma para relações dominação, de mando e de submissão, é preciso exercitar uma nova forma escolar, na qual se vivencie a auto-organização”, aponta Henrique Tahan Novaes. O trecho foi retirado de A educação ambiental anticapitalista: produção destrutiva, trabalho associativo e agroecologia, livro do mês do Armas da Crítica, o clube do livro da Boitempo.

Inspiradas por este lançamento, e entrando no clima das comemorações dos 30 anos de fundação da Boitempo, reunimos uma lista de cinco livros do nosso catálogo dedicados a pensar uma educação para além da sociabilidade do capital. São publicações que contam um pouco da história da editora e do nosso compromisso em formar leitores críticos e dispostos a mudar o mundo — a começar pela sala de aula!


A educação para além do capital, de István Mészáros
Ensaio provocante sobre a educação, questionando visões liberais e utópicas. O autor enfatiza a conexão entre processos educacionais e sociais e destaca a necessidade de romper com as relações sociais sob o controle do sistema do capital para promover mudanças no sistema educacional.

A escola não é uma empresa, de Christian Laval
Com uma abordagem pioneira na discussão educacional, trata da influência do neoliberalismo na escola, destacando como as instituições de ensino se moldam às necessidades do capitalismo contemporâneo. Análise crítica sobre a transformação da educação em mercadoria, com Prefácio inédito do autor.

A escola e a letra, organizado por Flávio Aguiar e Og Doria
Grandes autores brasileiros compartilham suas experiências escolares, revelando influências e memórias em uma coletânea cativante de contos e crônicas. Uma exploração única das relações entre educação e literatura, lançando um olhar inédito sobre o impacto da educação em suas criações.

Educação contra a barbárie: por escolas democráticas e pela liberdade de ensinar, organizado por Fernando Cássio, com textos de Alessandro Mariano, Alexandre Linares, Ana Paula Corti, Aniely Silva, Bianca Correa, Bianca Santana, bell hooks, Carolina Catini, Catarina de Almeida Santos, Daniel Cara, Denise Botelho, Fernando Cássio, Isabel Cristina Alves da Silva Frade, José Marcelino de Rezende Pinto, José Eudes Baima Bezerra, Maria Caramez Carlotto, Marina Avelar, Matheus Pichonelli, Pedro de Carvalho Pontual, Rede Brasileira de História Pública, Rede Escola Pública e Universidade, Rogério Diniz Junqueira, Rodrigo Ratier, Rudá Ricci, Sérgio Haddad, Silvio Carneiro, Sonia Guajajara e Vera Lúcia Jacob Chaves
Os ensaios reunidos neste livro contrapõem-se ao discurso sobre educação pautado apenas por indicadores, rankings e eficiência. Fernando Cássio, organizador da obra e especialista em políticas públicas de educação, convidou mais de vinte autores para propor um debate franco e corajoso sobre as principais ameaças à educação pública, gratuita e para todas e todos: o discurso empresarial, focado em atender seus próprios interesses; a perseguição à atividade docente e à auto-organização dos estudantes; e o conservadorismo que ameaça o caráter laico, livre e científico do ambiente escolar.

A educação ambiental anticapitalista: produção destrutiva, trabalho associativo e agroecologia, de Henrique Tahan Novaes
Com uma visão abrangente, a obra apresenta as ideias mais importantes sobre agroecologia, produção associada, ecossocialismo e pedagogia socialista no Brasil e no mundo, juntamente com práticas de movimentos sociais, enfatizando o trabalho do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST.

“A partir dos ensinamentos de István Mészáros, temos tentado teorizar uma alternativa radical e abrangente, para além do capital, baseada na democracia dos conselhos e na educação revolucionária, que ele chama de ‘educação para além do capital’. Essa teoria emerge de experiências históricas clássicas e mais recentes, como parte da compreensão do mundo do trabalho associado e das experiências educativas dos movimentos sociais recentes e históricos: suas conquistas, contradições e limites, tendo em vista a construção de uma sociedade dos produtores livremente associados”, aponta Novaes.

“Ao articular a crise do capital e as formas atuais de socialismo comunal, a partir de Mészáros, Henrique Tahan Novaes contribui para o resgate das utopias socialistas, igualitaristas e coletivistas modeladoras dos processos de ruptura nos últimos dois séculos e inscritas nos conflitos sociais do tempo presente, especialmente por meio da agroecologia, da cooperação e da educação para além do capital.”
Maurício Sardá de Faria

“Este livro atualiza debates marxistas sobre a questão ambiental e apresenta os desafios do MST na construção de uma transição agroecológica que enfrente as barbáries de nosso tempo.”
Fabiana Scoleso

“Em um país talhado por séculos de escravização e expropriação, este livro é uma real contribuição sobre o trabalho no campo. Aqui o autor recupera o conceito vital de trabalho associado (Marx), que, por ser coletivo e social é o único capaz de efetivamente demolir o edifício do capital.”
Ricardo Antunes


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